19 de junho de 2012

A menina que nunca viu estrela (cadente)

"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar." - Vincent Van Gogh

Nunca vi estrela cadente. Olhos de espanto acabam de se fazer do outro lado da tela de quem me lê. Sim, é verdade, nunca vi. Aí me falam que é tão comum e banal aparecer esse lindo “fenômeno”! “É só parar e ficar olhando para o céu!”. Sou admiradora do céu, da lua, do sol... Das estrelas! É uma grande ironia do destino eu nunca ter visto uma.

Lembro que todas as vezes que passava alguma, geralmente na fazenda da vovó, alguém gritava: “Corre, Fernanda! Vem ver a estrela cadente!”. Era o tempo de eu chegar no quintal, na janela ou onde quer que fosse, que ela já tinha desaparecido. E ficava me lamentando. Todos os meus primos já tinham visto e eu, a única que morava em fazenda, não!

Bom, numa noite com céu limpo, fala-se que podemos ver cerca de dez estrelas cadentes por hora passando na frente de nossas janelas! E a menina aqui, nunca viu.

Alcançam velocidades altíssimas esses meteoroides, seu atrito com o ar produz linda coloração e um rastro de luz capaz de hipnotizar os olhos alheios... Antes de chegarem à terra firme, já se desintegraram! Espetáculo que só deixa rastros para quem o viu!

Nessas pequenezas do cotidiano é que percebemos a sensibilidade nos tocar, nossas emoções se aflorarem e a beleza brotar do chão de pedra!

Penso que as estrelas cadentes são como algumas pessoas em nossas vidas, chegam e passam tão rapidamente, mas deixam tanta beleza, tanta luz, nos fazem pensar e perceber tantas coisas belas e quando percebemos, elas já foram, não deixam um sinal de que por ali se fizeram presentes. E mesmo que não as vejamos, continuam passando por aí, ainda que o céu esteja encoberto por nuvens, carregando seu legado de levar beleza até quando ninguém as puder enxergar!

No mais, faço ainda mais uma comparação destas com os artistas, estes que são capazes de transmitir por meio da desintegração (talvez alguma história indigesta) emoção e brilho, assim como as estrelas que nascem do caos. São capazes de tornar algo tão cotidiano em um lindo espetáculo, com mil nuances e atuações!

Talvez até eu seja estrela cadente, que passe por aí transformando coisas que em momento algum pensaria que seria capaz de modificar! Penso que se ainda não vi nenhuma delas, é porque ainda não foi a hora certa. Nunca adiantou correr para ver. No dia certo, no momento oportuno, uma aparecerá para mim. Quero com toda a certeza apreciar esse momento como se fosse o último. Ver seu brilho mais intenso na vastidão de segundos...

Quero perceber sua luz em meus olhos e dizer para ela tudo o que está represado aqui dentro, com apenas um sorriso. Olhar para o lado e realizar o meu pedido feito para ela: pedido que eu serei a única capaz de alcançar. Um dia ela há de passar, eu sei que vai. A menina, aqui, não viu estrela cadente, mas acredita veemente em sua constelação de sentimentos... Enquanto isso: Brilha, menina. Brilham, as ideias. Brilha você, no meu céu infinito e um pouco aflito... Mas brilha, bonito!

4 comentários:

  1. Que fofo =) se bem me lembro só vi estrela cadente uma vez, são bonitas mesmo ^^ Beijos

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  2. Amei o seu post, eu acho que só vi uma vez também.
    Beijos!

    http://togetheroneday.blogspot.com.br/

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    1. Olá, Thamires! Obrigada pelo elogio! Eu nunca vi, dá para acreditar?

      Beijinhos

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